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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Abril da Liberdade

(imagem retirada da net)

Eu cresci numa casa onde o pai tinha apenas 17 anos em 1974, participava em actividades contra o antigo regime desde os 15/16 anos distribuindo panfletos na escola, onde no casamento dos pais cada convidado tinha um cravo na lapela, onde se emocionam ainda hoje a ouvir José Afonso e Sérgio Godinho e José Mário Branco e onde a prenda que todos os anos damos como comemoração de aniversário de casamento é um ramo de cravos.
 Aprendemos a respeitar e amar este dia, sabendo que a avó preferia o regime anterior mas que o avô P. abriu uma garrafa de champanhe. 
Era a comemoração da liberdade. Do sermos livre de pensar como queremos. Do mostrar que somos um povo pacífico capaz de grandes feitos porque esta revolução foi obra da sorte. 
Por isso, desilude-me muito ver que este dia se torna uma troca de acusações políticas. 
Porque não é este o dia para o fazermos. Hoje é dia de união. É a comemoração da liberdade política. 
Por isso, me parece bizarro que os Capitães de Abril, figuras respeitáveis para mim, homens corajosos que ousaram sair dos quartéis numa madrugada e rumarem a Lisboa, sem a violência de outras latitudes, partidarizarem o seu discurso e atitude neste dia. 
A política de um Governo que bem ou mal (não vou entrar por aí) foi eleito democraticamente, da forma pela qual eles lutaram... 

1 comentário:

  1. Este é um texto tão, mas tão bonito. Que me arrepia. Eu gostava de ter vivido o 25 de Abril de 74. E gostei da descrição que tu deste. Belo texto mesmo :)

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